MAWACA é um grupo que
pesquisa e recria a música das mais diversificadas partes do globo. É formado por um grupo
vocal que interpreta canções em mais de quinze línguas e as cantoras são
acompanhadas por um grupo instrumental acústico: acordeom, violoncelo,
flauta e sax soprano, contrabaixo, além dos instrumentos de percussão como
as tablas indianas, derbak árabe, djembé africano, berimbau, vibrafone,
pandeirões do Maranhão.
O repertório do grupo é formado por músicas de tradições díspares como
a japonesa e a irlandesa; de países tão distantes entre si como Finlândia
e Japão, África Central e Indonésia, regiões diferentes como Oriente Médio
e Península Ibérica. São temas ancestrais que possibilitam a pesquisa de
sonoridades múltiplas revelando as características étnicas locais buscando
sempre estabelecer inter-relações com a música brasileira.
Com arranjos inovadores e criativos, o Mawaca apresenta
uma musica vibrante, pérolas do repertório mundial que foram transmitidas
de geração em geração pela tradição oral. As transcrições e arranjos
desses temas ancestrais são realizados por Magda Pucci que,
além de desenvolver a pesquisa de repertório, é também responsável pela
direção musical do grupo.
Com 17 anos de carreira, o Mawaca produziu
sete álbuns e três DVDs, cujo último trabalho é o próximo CD-DVD Inquilinos do
Mundo – projeto focado nas músicas dos povos ciganos, nômades,
migrantes, exilados e refugiados. Entre seus últimos trabalhos destacam-se
o DVD Rupestres Sonoros, trabalho voltado para os cantos indígenas da
Amazônia com um interessante entrelaçamento com a arte rupestre brasileira
que contou com uma turnê pela Amazônia patrocinada pela Petrobras; e o DVD
Ikebanas Musicais onde são apresentadas pérolas do repertório tradicional
japonês entrelaçadas a musicalidade brasileira.
O Mawaca exemplifica com sua música questões que passam pelo
pluralismo cultural. Assim, vem buscando abrir olhos e ouvidos do seu
público sobre questões ligadas a tolerância religiosa assim como às
diferenças raciais, e fazer compreender as diferenças étnicas entre os
povos, seja ele, o homem indígena do norte do Brasil ou o muçulmano árabe
ou o refugiado africano assim como as questões femininas sempre presentes
no universo sonoro do grupo.
1995: Criação do MAWACA
1998: Em maio deste ano, o
MAWACA gravou seu primeiro trabalho, ‘CD-Plus Mawaca‘, no Instituto Cultural Itaú, em São
Paulo
1999: Participou do show
da banda japonesa Rinken
Band, de Okinawa, a convite da Fundação Japão. Ao longo de 1999, o
MAWACA abriu também shows de artistas brasileiros como Gilberto Gil, Rita Lee,
Ed Motta, Caetano Veloso e a portuguesa Dulce Pontes
2000: Apresentou-se
na Tenda Raízes do
Rock in Rio. Neste ano, o MAWACA participou também da abertura do evento Amazônia.br ao lado
das cantoras Marlui Miranda e Tetê Espíndola. Neste ano, o grupo lançou o CD astrolabiotucupira.com.brasil,
no SESC Pompéia, em São Paulo
2001: Apresentou-se no
Theatro Municipal de São Paulo com a cantora portuguesa Né Ladeiras e
Orquestra. Neste mesmo ano, o grupo marcou presença no projeto dedicado
aos Lusíadas de Camões e fez show
com as orquestras sinfônicas Sinfonia Cultura e Jovem de Guarulhos
2002: Realizou a primeira
turnê internacional do grupo, na Espanha, em cidades como Madri, Santiago de
Compostela e Jaén
2003: O grupo foi
selecionado para representar o Brasil na WOMEX,
feira dedicada à world music que aconteceu em Sevilha, na Espanha. Neste
mesmo ano, o grupo entrou em estúdio para gravação do CD Mawaca Pra Todo Canto
2004: Dividiu o palco com
as Ceguinhas de Campina Grande no CCBB do Rio e de Brasília, e no Recbeat em
Recife. Em junho, o MAWACA lançou o CD Mawaca Pra Todo Canto,
no teatro Crowne Plaza, em São Paulo
2005: Comemoração dos 10
de anos de carreira com o lançamento de uma caixa contendo 5 CDs e um livreto
com a história do grupo. No mesmo ano, o MAWACA gravou o primeiro DVD que seria
lançado no ano seguinte
2006: O MAWACA apresentou
o show Rupestres Sonoros no Festival Popkomm – Kulturbrauerei, em Berlim, na
Alemanha. Neste mesmo ano, o grupo lançou o DVD Mawaca Pra Todo Canto,
no Sesc Vila Mariana e na Livraria da Vila
2007: O MAWACA foi
selecionado pelo Ministério da Cultura para se apresentar em Berlim, na
Alemanha, no Festival Popkomm com o show Rupestres Sonoros
2008: Lançamento do CD Rupestres Sonoros. Neste ano, o MAWACA se apresentou na
Bolívia, em cidades como Santa Cruz de la Sierra e Sucre
2009: O MAWACA entrou para
o TOP TEN do World Music Charts da Europa. Neste ano, o grupo fez diferentes
shows em São Paulo e interior como Rupestres
Sonoros, Inquilinos do Mundo, De Todos os Cantos do Mundo,
e do projeto Contação
de Histórias, no Sesc Santo André
2010: Viagem para a China,
onde o grupo cumpriu uma impressionante agenda de 24 apresentações em apenas um
mês, na Expo Shanghai. Realizou também shows em Portugal, durante o VII
Encontro de Culturas de Serpa, e em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.
Neste mesmo ano, o grupo comemorou 15 anos e e, em junho, lançou o DVD Rupestres Sonoros, no
Auditório Ibirapuera, em São Paulo
2011: O MAWACA retornou à
China, na cidade histórica Hangzhou, para apresentação no palco da Leisure
World Fair. Em maio, o grupo participou do projeto Navegar é Preciso,
cruzeiro literário pelo Rio Negro organizado pela Livraria da Vila e que contou
com a participação de escritores como Laurentino Gomes, Cristovão Tezza,
Ilan Brenman, Mary del Priore e José Eduardo Agualusa. No mês seguinte, o grupo
gravou seu terceiro DVD, Ikebanas
Musicais, gravado no SESC Pinheiros, em São Paulo
2012: Participou do ISME
(Congresso Internacional de Educação Musical), em Thessaloniki, na Grécia.
Neste ano, o Mawaca finalizou o novo DVD do grupo, ‘Ikebanas Musicais’, com
repertorio japonês e elementos brasileiros que será lançado em novembro. Em
agosto, gravou seu quarto DVD, ‘Inquilinos do Mundo’, que será lançado em 2013
ORIGEM DO NOME
A pluralidade étnica característica do repertório do MAWACA
começa com a escolha de seu nome. Em 1995, quando procurava um termo que
definisse o espírito daquele projeto musical que estava por vir, a diretora
musical Magda Pucci encontrou estampada no The New Oxford Companion to Music a
palavra mawaka (com
“k”) que, na língua Hausa, significa cantores.
Para essa etnia do norte da Nigéria, mawaka designa os
músicos que recorrem ao poder mágico da palavra cantada para atrair a força dos
espíritos. Waka é
um tipo de poema cantado que tem valor sagrado entre os Hausa e ma, aquele
que interpreta o poema. A junção das duas palavras dá origem a essa categoria
musical na Nigéria muçulmana entoada por aqueles que vão às casas das pessoas
para curá-las de males ou problemas financeiros (sempre em forma de cantos).
No entanto, a escolha de um termo africano poderia limitar a
imagem do grupo, cujo repertório não se restringe a músicas do continente
negro. As pesquisas seguiram e Magda descobriu que aquele termo do norte da
Nigéria apontava para diversas outras culturas.
Na América Latina hispânica, Umawak’a é
o lugar sagrado das águas andinas. No norte da Argentina, há a famosa Quebrada
de Humahuaca, um vale estreito e montanhoso de 155 km de extensão que serviu de
rota para caravanas do Império Inca no século XV, na província de Jujuy.
Também em nosso
continente, a palavra Amawaca (ou Amahuaca) aparece para
designar o povo indígena que vive na fronteira com o Peru, às margens do
Orinoco. Já os índios Mehinaku do Xingu acreditam que ‘waka’ são os mensageiros
entre as aldeias.
Na língua japonesa, pode ser interpretado como canto sagrado, canto em harmonia ou porta para a criação da arte de fazer
poemas.
Diante de tantos significados e possibilidades linguísticas, o grupo troca o
“k” pelo “c”, abrasileirando a grafia do termo, e firma seu nome definitivo
MAWACA com o desejo de que todos esses sentidos inspirem sua música.