quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tendo como principal enfoque a diversidade da música do mundo, o curso pretende expor um panorama geral das mais relevantes expressões musicais dos diferentes povos do planeta. Serão propostas atividades práticas, de criação, de sensibilização e de reflexão sobre o papel da música como forma de conhecimento. O curso se propõe a desenvolver um repertório com temas musicais de várias partes do mundo buscando trabalhar a criação de arranjos junto aos professores de música e educadores em geral. O curso apresentará também atividades que incluem músicas de alguns povos indígenas brasileiros que fazem parte da pesquisa de Magda Pucci.

Eixos Temáticos: o corpo e a voz moldados pela cultura; funções das músicas em diferentes contextos (cantos de trabalho, brincadeiras, cantiga de ninar, rezas etc.); formas e estilos, ritos e mitos que se entrelaçam com canções;

DATAS E HORÁRIOS
27 Março 2015 (sexta-feira) - das 18h30min às 22h30min
28 Março 2015 (sábado) - das 8h30min às 12h30min e das 14h às 18hs
29 Março 2015 (domingo) - das 8h30min às 12h30min


LOCAL: Ponto de Cultura Casa das Etnias - Rua Luiz Antunes, s/n (ex-albergue municipal), Bairro Panazzolo - Caxias do Sul RS

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

INVESTIMENTO E FORMAS DE PAGTO
* A vista R$ 220,00 pagamento até 19 de Março 2015.
* ou 2 x – a 1ª parcela de R$ 130,00 depósito até 19 Março 2015 e a 2ª parcela de R$ 100,00 CHEQUE PRÉ DATADO para 06 Abril de 2015.

Este cheque deverá ser entregue no inicio do primeiro dia da oficina (27.03).

 INSCRIÇÕES: (35 vagas)
* Enviar nome completo, telefone celular, profissão, forma e prazo de pagamento para andrecxs@uol.com.br

· Após enviar inscrição, você receberá os dados para depósito que deverá ser realizado até o prazo escolhido. Obrigatório o envio de comprovante de depósito


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

QUEM É MAGDA PUCCI

Magda Pucci é formada em Regência pela ECA-USP, tem mestrado em Antropologia pela PUC-SP, é arranjadora, compositora e cantora, além de pesquisadora da música de vários povos. Está fazendo doutorado Creative Arts pela Universidade de Leiden na Holanda. Dirige e produz o grupo MAWACA desde sua formação em 1993. Dirige e produz o grupo Mawaca que recria músicas dos quatro cantos do planeta tendo já realizado turnês na Espanha, China, Portugal, Alemanha e América Latina.
Produziu os seis CDs do Mawaca e quatro DVDs além de CDs de outros artistas como os da ONG Ação Comunitária, Marcus Santurys, Montserrat. Estudou música popular no Espaço Musical e jazz na Manhattan School of Music em Nova York, além de ter participado de vários cursos e workshops com mestres da música indiana, africana, árabe, indígena brasileira. Estudou koto com Tamie Kitahara e pesquisou a música tradicional japonesa durante alguns anos. Seu mestrado em Antropologia teve orientação da doutora Carmen Junqueira e teve como tema a Arte Oral dos Paiter Suruí de Rondônia.
        Como compositora, teve importantes trabalhos como a peça Fragmentos Troianos dirigida por Antunes Filho no CPT, assim como assinou a trilha do espetáculo ‘Os Lusíadas’; produção de Ruth Escobar, de 'Quixote', com Carlos Moreno e direção de Fabio Namatame e a peça infantil ‘Quixote Caboclo’.
Além do teatro, Magda tem composto para projetos na área multimídia, trilhas de vídeo e espetáculos de dança. Foi premiada no Percussive Arts Society do Brasil.
Regeu a Banda Sinfônica de Barcelona uma peça de sua autoria comissionada pelo Festival de Música Experimental de Barcelona LEM. Foi apresentadora e comentarista da Tenda Raiz do Rock in Rio III para a DIRECTV e produtora e apresentadora, durante 13 anos, do programa de música ‘Planeta Som’ na USP-FM retransmitido pela rádio SBF4 MULTIKULTI na Alemanha e na Suécia e foi colaboradora do programa de rádio norueguês Jungeltelegrafen.
Dentre suas atividades ligadas à Educação Musical, lançou o livro 'Outras terras, outros sons' pela Editora Callis e ministra cursos e palestras para professores de Educação Musical como Enny Parejo, Fladem de Montevideo, Fladem de São Paulo, Conservatório Beethoven, EMIA,  Faculdade Santa Marcelina, Itaú Cultural. Também ministrou cursos de voz na Escola Canto do Brasil e sobre música indígena e brasileira na Universidade de Amsterdam, e Universidade de Leiden na Holanda.
Na área editorial, Magda lançou, em parceria com Heloisa Prieto, o livro para crianças De todos os cantos do mundo pela Cia. das Letrinhas. Tem no prelo três livros: A Floresta Canta: uma expedição sonora por terras indígenas do Brasil (Peirópolis), A Grande Pedra (Saraiva), em parceria com Berenice de Almeida e Contos Musicais (Leya) em parceria com Heloisa Prieto.

Fez a direção musical da Orquestra Mediterrânea, que envolveu mais de 20 músicos de países mediterrâneos e que gerou um DVD e um CD produzidos pelo SESC. Desenvolveu vários projetos no Terceiro Setor como a implantação do canto no projeto social  'Meninos do Morumbi', assim como a regência do grupo de refugiados africanos no SESC Carmo, e a produção das mostras e CDs da Ação Comunitária Brasil. Participou também das oficinas para professores Paiter Suruí em Rondônia com a antropóloga Betty Mindlin. Foi professora da Universidade Anhembi Morumbi de Música Brasileira.

HISTÓRICO GRUPO MAWACA

MAWACA é um grupo que pesquisa e recria a música das mais diversificadas partes do globo. É formado por um grupo vocal que interpreta canções em mais de quinze línguas e as cantoras são acompanhadas por um grupo instrumental acústico: acordeom, violoncelo, flauta e sax soprano, contrabaixo, além dos instrumentos de percussão como as tablas indianas, derbak árabe, djembé africano, berimbau, vibrafone, pandeirões do Maranhão. 
        O repertório do grupo é formado por músicas de tradições díspares como a japonesa e a irlandesa; de países tão distantes entre si como Finlândia e Japão, África Central e Indonésia, regiões diferentes como Oriente Médio e Península Ibérica. São temas ancestrais que possibilitam a pesquisa de sonoridades múltiplas revelando as características étnicas locais buscando sempre estabelecer inter-relações com a música brasileira.
         Com arranjos inovadores e criativos, o Mawaca apresenta uma musica vibrante, pérolas do repertório mundial que foram transmitidas de geração em geração pela tradição oral. As transcrições e arranjos desses temas ancestrais são realizados por Magda Pucci que, além de desenvolver a pesquisa de repertório, é também responsável pela direção musical do grupo.
           Com 17 anos de carreira, o Mawaca produziu sete álbuns e três DVDs, cujo último trabalho é o próximo CD-DVD Inquilinos do Mundo – projeto focado nas músicas dos povos ciganos, nômades, migrantes, exilados e refugiados. Entre seus últimos trabalhos destacam-se o DVD Rupestres Sonoros, trabalho voltado para os cantos indígenas da Amazônia com um interessante entrelaçamento com a arte rupestre brasileira que contou com uma turnê pela Amazônia patrocinada pela Petrobras; e o DVD Ikebanas Musicais onde são apresentadas pérolas do repertório tradicional japonês entrelaçadas a musicalidade brasileira.
          O Mawaca exemplifica com sua música questões que passam pelo pluralismo cultural. Assim, vem buscando abrir olhos e ouvidos do seu público sobre questões ligadas a tolerância religiosa assim como às diferenças raciais, e fazer compreender as diferenças étnicas entre os povos, seja ele, o homem indígena do norte do Brasil ou o muçulmano árabe ou o refugiado africano assim como as questões femininas sempre presentes no universo sonoro do grupo.

1995: Criação do MAWACA
1998: Em maio deste ano, o MAWACA gravou seu primeiro trabalho, ‘CD-Plus Mawaca‘, no Instituto Cultural Itaú, em São Paulo
1999: Participou do show da banda japonesa Rinken Band, de Okinawa, a convite da Fundação Japão. Ao longo de 1999, o MAWACA abriu também shows de artistas brasileiros como Gilberto Gil, Rita Lee, Ed Motta, Caetano Veloso e a portuguesa Dulce Pontes
2000: Apresentou-se na Tenda Raízes do Rock in Rio. Neste ano, o MAWACA participou também da abertura do evento Amazônia.br ao lado das cantoras Marlui Miranda e Tetê Espíndola. Neste ano, o grupo lançou o CD astrolabiotucupira.com.brasil, no SESC Pompéia, em São Paulo
2001: Apresentou-se no Theatro Municipal de São Paulo com a cantora portuguesa Né Ladeiras e Orquestra. Neste mesmo ano, o grupo marcou presença no projeto dedicado aos Lusíadas de Camões e fez show com as orquestras sinfônicas Sinfonia Cultura e Jovem de Guarulhos
2002: Realizou a primeira turnê internacional do grupo, na Espanha, em cidades como Madri, Santiago de Compostela e Jaén
2003:  O grupo foi selecionado para representar o Brasil na WOMEX, feira dedicada à world music que aconteceu em Sevilha, na Espanha. Neste mesmo ano, o grupo entrou em estúdio para gravação do CD Mawaca Pra Todo Canto
2004: Dividiu o palco com as Ceguinhas de Campina Grande no CCBB do Rio e de Brasília, e no Recbeat em Recife. Em junho, o MAWACA lançou o CD Mawaca Pra Todo Canto, no teatro Crowne Plaza, em São Paulo
2005: Comemoração dos 10 de anos de carreira com o lançamento de uma caixa contendo 5 CDs e um livreto com a história do grupo. No mesmo ano, o MAWACA gravou o primeiro DVD que seria lançado no ano seguinte
2006: O MAWACA apresentou o show Rupestres Sonoros no Festival Popkomm – Kulturbrauerei, em Berlim, na Alemanha. Neste mesmo ano, o grupo lançou o DVD Mawaca Pra Todo Canto, no Sesc Vila Mariana e na Livraria da Vila
2007: O MAWACA foi selecionado pelo Ministério da Cultura para se apresentar em Berlim, na Alemanha, no Festival Popkomm com o show Rupestres Sonoros
2008: Lançamento do CD Rupestres Sonoros. Neste ano, o MAWACA se apresentou na Bolívia, em cidades como Santa Cruz de la Sierra e Sucre
2009: O MAWACA entrou para o TOP TEN do World Music Charts da Europa. Neste ano, o grupo fez diferentes shows em São Paulo e interior como Rupestres Sonoros, Inquilinos do Mundo, De Todos os Cantos do Mundo, e do projeto  Contação de Histórias, no Sesc Santo André
2010: Viagem para a China, onde o grupo cumpriu uma impressionante agenda de 24 apresentações em apenas um mês, na Expo Shanghai. Realizou também shows em Portugal, durante o VII Encontro de Culturas de Serpa, e em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Neste mesmo ano, o grupo comemorou 15 anos e e, em junho, lançou o DVD Rupestres Sonoros, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo
2011: O MAWACA retornou à China, na cidade histórica Hangzhou, para apresentação no palco da Leisure World Fair. Em maio, o grupo participou do projeto Navegar é Preciso, cruzeiro literário pelo Rio Negro organizado pela Livraria da Vila e que contou com a participação de escritores como Laurentino Gomes, Cristovão Tezza, Ilan Brenman, Mary del Priore e José Eduardo Agualusa. No mês seguinte, o grupo gravou seu terceiro DVD, Ikebanas Musicais, gravado no SESC Pinheiros, em São Paulo
2012: Participou do ISME (Congresso Internacional de Educação Musical), em Thessaloniki, na Grécia. Neste ano, o Mawaca finalizou o novo DVD do grupo, ‘Ikebanas Musicais’, com repertorio japonês e elementos brasileiros que será lançado em novembro. Em agosto, gravou seu quarto DVD, ‘Inquilinos do Mundo’, que será lançado em 2013

ORIGEM DO NOME

          A pluralidade étnica característica do repertório do MAWACA começa com a escolha de seu nome. Em 1995, quando procurava um termo que definisse o espírito daquele projeto musical que estava por vir, a diretora musical Magda Pucci encontrou estampada no The New Oxford Companion to Music a palavra mawaka (com “k”) que, na língua Hausa, significa cantores.
          Para essa etnia do norte da Nigéria, mawaka designa os músicos que recorrem ao poder mágico da palavra cantada para atrair a força dos espíritos. Waka é um tipo de poema cantado que tem valor sagrado entre os Hausa e ma, aquele que interpreta o poema. A junção das duas palavras dá origem a essa categoria musical na Nigéria muçulmana entoada por aqueles que vão às casas das pessoas para curá-las de males ou problemas financeiros (sempre em forma de cantos).
          No entanto, a escolha de um termo africano poderia limitar a imagem do grupo, cujo repertório não se restringe a músicas do continente negro. As pesquisas seguiram e Magda descobriu que aquele termo do norte da Nigéria apontava para diversas outras culturas.
        Na América Latina hispânica, Umawak’a é o lugar sagrado das águas andinas. No norte da Argentina, há a famosa Quebrada de Humahuaca, um vale estreito e montanhoso de 155 km de extensão que serviu de rota para caravanas do Império Inca no século XV, na província de Jujuy.
Também em nosso continente, a palavra Amawaca (ou Amahuaca) aparece para designar o povo indígena que vive na fronteira com o Peru, às margens do Orinoco. Já os índios Mehinaku do Xingu acreditam que ‘waka’ são os mensageiros entre as aldeias.
        Na língua japonesa, pode ser interpretado como canto sagradocanto em harmonia ou porta para a criação da arte de fazer poemas. 

      Diante de tantos significados e possibilidades linguísticas, o grupo troca o “k” pelo “c”, abrasileirando a grafia do termo, e firma seu nome definitivo MAWACA com o desejo de que todos esses sentidos inspirem sua música.